Pe. Jean Berthier nasceu no dia 24 de fevereiro de 1840 em Châtonnay (pequena aldeia no interior da França). Desde muito cedo revelou profunda inclinação para a vida Religiosa. Quando terminou os estudos, ingressou no seminário. Desde pequeno conhecia a história da aparição de Nossa Senhora da Salette, a qual, com carinho, depositou sua confiança e se consagrou como Missionário de Nossa Senhora da Salette (ms). O interesse por N. S. da Salette foi sempre crescendo e jamais vacilou.
Ainda quando era diácono, Pe. Berthier subiu ao Alpe da aparição em julho de 1862 para ser definitivamente missionário saletino.
Sua dedicação sempre foi forte, ainda que sua saúde não gozasse de mesma sorte.
Durante os estudos, foi obrigado a interromper várias vezes a caminhada, devido à sua fragilidade corporal, mas o espírito não desfalecia nunca. Sua força de vontade e sua confiança em Deus o ajudaram a atingir seu objetivo de vida.
Aos 20 de setembro de 1862, João Berthier recebeu a ordenação sacerdotal. Antes, porém, precisou pedir e obter autorização da Santa Sé para sua Ordenação sacerdotal, pois tinha 22 anos.
Durante muitas décadas, Pe. Berthier Passou os meses de verão na montanha de La Salette, celebrando Missas para os peregrinos, confessando-os por horas a fio, pregando e explicando infinitas vezes a mensagem da aparição de Nossa senhora naquele abençoado santuário.
Paralelamente aos serviços sacerdotais, Pe. Berthier sempre se empenhou nos trabalhos manuais que não eram poucos, mas seu fervor motivava tanto aos peregrinos, quanto aos coirmãos de seu tempo.
No inverno a neve caia fata, impedindo aos peregrinos de subirem ao santuário. Assim, durante esses meses de inverno, Pe. Berthier pregava as missões e os exercícios espirituais em muitas paróquias espalhadas pela França.
Dois pensamentos importantes alimentavam incessantemente a mente e a atividade de Pe. Berthier:
a promoção da mensagem de Nossa Senhora da Salette aos homens, a fim de guiá-los à Deus, e, ao mesmo tempo;
a preocupação com a falta de missionários para as missões.
As palavras do Evangelho: “A messe é grande, mas os operários são poucos! Pedi, pois ao senhor da messe que envie operários para sua messe” (Mt 9,37-38), gravadas indelevelmente em seus pensamentos, governavam sua vida.
Seu desejo de ver crescer o número de sacerdotes para a missão era muito forte. No tempo em que trabalhava no santuário, dando exercícios espirituais e atuando em missões populares, encontrava muitos jovens que queriam servir na missão mas não podiam, por conta da pobreza e muitos outros por conta da idade avançada. Foi essa razão pela qual Pe. Berthier desejou abrir um seminário para vocações pobres e tardias.
O projeto foi recusado por seus superiores da época. O Papa Leão XIII, no entanto, pressionava-o para que realizasse essa obra para as vocações tardias. Pe. Berthier, então, aos 55 anos de idade, foi para Grave, na Holanda e fundou aos 28 de setembro de 1895 o Instituto para as vocações pobres e tardias, que se tornaria, mais tarde, a Congregação dos Missionários da Sagrada Família – MSF.
O início em Grave foi difícil e cheio de decepções, mas, com profunda confiança em Deus e com grande determinação, Pe. Berthier conseguiu organizar a sua obra, escrever suas constituições e ver seus primeiros missionários antes de morrer.